Deixa-me pensar que tu não existes. Tudo parece - não sei se chega a ser, mas parece - muito mais fácil quando tu não estás dentro da minha cabeça, debaixo da minha pele, na minha expiração. Deixa-me pensar que tu não existes para mim, ainda que existas para lá de mim. Um pouco como o azul dos céus que não existe quando não o olho, um pouco como o frio que não sinto quando outros braços me abraçam.
Tu não existes, eu não existo e nós nunca fomos se a minha memória te apagar e não mais for possível misturar o meu corpo com o teu, o meu cheiro com o teu, as nossas salivas, as nossas línguas quentes e húmidas. Tu não existes, eu não existo e nós nunca fomos se nós não quisermos.
© [m.m. botelho]
Tu não existes, eu não existo e nós nunca fomos se a minha memória te apagar e não mais for possível misturar o meu corpo com o teu, o meu cheiro com o teu, as nossas salivas, as nossas línguas quentes e húmidas. Tu não existes, eu não existo e nós nunca fomos se nós não quisermos.
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