6.5.06

Ode a Coimbra

© [m.m.botelho] | fotografia | setembro 2003
a fachada principal da sé velha de coimbra e o meu
velhinho renault clio preto vistos da janela do meu quarto


Ode a Coimbra

Coimbra tem...
Tem a cor da mocidade,
Tem o negro da saudade
Nas ruas, na voz.
Coimbra tem...
Tem gritos de liberdade,
Tem nesta Universidade
Um pouco de todos nós!

E na minha capa,
Negra como a noite escura,
Tenho escondido um segredo.
E um dia, quando eu morrer,
No céu o hei-de escrever
Com as águas do Mondego.

E nas tuas ruas
Cheira a histórias velhinhas,
Um segredo bem guardado.
Se um dia o revelar
Fá-lo-ei sempre a cantar
A tua canção: o Fado.

E na voz do vento
Que beija esta cidade,
A cidade do Choupal,
Há um passado escondido,
Pelas memórias esquecido,
Só o sabe Portugal.

E nos estudantes
Deixas as marcas da dor,
Da dor de ter de partir.
Se um dia possível for
Voltarão cheios do Amor
Que só tu fazes sentir.

Coimbra és...
És errante, és peregrina,
Tu me deste esta sina
De cantar-te assim.
Coimbra és...
És tu a minha cidade,
És tu sempre a saudade
Que trago dentro de mim!

© [m.m. botelho]
poema escrito [e musicado] em Setembro de 2000, num final de tarde luzidio, no Largo da Sé Velha, cenário dilecto dos meus olhos, agora recordado a propósito da Queima das Fitas 2006 [de 7 a 11 de Maio], ao som do fado-canção anónimo Adeus Sé Velha, interpretado pelo Quinteto de Coimbra, do álbum Fados de Coimbra.

Adeus Sé velha saudosa / Com guitarras a rezar / Minh'alma parte chorosa / No dia em que te deixar
A hora da despedida / Só durará um minuto... / Mas fica na minha vida / Como cem anos de luto!...