O piano, melancólico, embala-me. Confesso que tomei, apenas há instantes, consciência da finitude do Tempo. É fácil aprisionar o tempo em medidas estanques: segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos. Bastam cinco segundos - e o que são, quanto são, como são cinco segundos? - para impregnar toda uma vida de amor.
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Espero, inconformada com a demasiado vagarosa passagem do Tempo, o tempo de uma vida. Continuo à espera, sempre à espera. Permaneço imóvel, nas redondezas, apenas a alguns metros - serão quilómetros? - de distância. E tu...
Tu limitas-te, dia após dia, a flutuar sobre o Tempo, sobre mim, sobre o [nosso] amor.
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Quanto Tempo é preciso para apagar aqueles cinco segundos? De quanto tempo precisaste para arrancar aqueles cinco segundos - seriam cinco anos? - de ti?
Não sei. Nunca saberei? Não sei, talvez um dia me contes. Cinco anos, a minha vida, toda a eternidade: nada tem importância.
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Os cinco segundos em que te tive nos meus braços - seriam cinco anos? - não são as minhas memórias, continuam presentes: são o Tempo finito em que me movimento. Permaneço estacada, perplexa, suspensa nesses cinco segundos - seriam cinco anos? -, incapaz de ir embora, de sair daqui, de os apagar de mim, de os ignorar.
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Mas já nada importa, pois não? Não, suponho que não. Talvez te tenham bastado apenas... cinco segundos.
© [m.m. botelho], texto e tradução selvagem, ao som de 5 seconds to hold you, dos Devics, extraída do álbum My Beautiful Sinkink Ship [2001].
five seconds to hold you / then you'll slowly vanish from my arms / please don't speak or break this spell / you know it doesn't matter
five fathoms below you / i've waited a lifetime / but as you drift by over me / you know it doesn't matter
five years without you / they couldn't tear a moment from my mind / but memories fade and so did yours / you know it doesn't matter anymore
cinco seguros para te prender / depois tu, lentamente, dissipar-te-ias dos meus braços / por favor, não fales nem quebres este encantamento / sabes que já não importa
cinco braças abaixo de ti / esperei o tempo de uma vida / mas à medida que vagueias sobre mim / sabes que já não importa
cinco anos sem ti / não conseguiriam arrancar um momento da minha cabeça / mas as memórias desvanecem-se e assim sucedeu com as tuas / sabes que já não importa.
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Espero, inconformada com a demasiado vagarosa passagem do Tempo, o tempo de uma vida. Continuo à espera, sempre à espera. Permaneço imóvel, nas redondezas, apenas a alguns metros - serão quilómetros? - de distância. E tu...
Tu limitas-te, dia após dia, a flutuar sobre o Tempo, sobre mim, sobre o [nosso] amor.
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Quanto Tempo é preciso para apagar aqueles cinco segundos? De quanto tempo precisaste para arrancar aqueles cinco segundos - seriam cinco anos? - de ti?
Cinco horas? Cinco dias? Cinco semanas? Cinco meses?
Não sei. Nunca saberei? Não sei, talvez um dia me contes. Cinco anos, a minha vida, toda a eternidade: nada tem importância.
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Nada mais importa, pois não?
Os cinco segundos em que te tive nos meus braços - seriam cinco anos? - não são as minhas memórias, continuam presentes: são o Tempo finito em que me movimento. Permaneço estacada, perplexa, suspensa nesses cinco segundos - seriam cinco anos? -, incapaz de ir embora, de sair daqui, de os apagar de mim, de os ignorar.
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Mas já nada importa, pois não? Não, suponho que não. Talvez te tenham bastado apenas... cinco segundos.
© [m.m. botelho], texto e tradução selvagem, ao som de 5 seconds to hold you, dos Devics, extraída do álbum My Beautiful Sinkink Ship [2001].
five seconds to hold you / then you'll slowly vanish from my arms / please don't speak or break this spell / you know it doesn't matter
five fathoms below you / i've waited a lifetime / but as you drift by over me / you know it doesn't matter
five years without you / they couldn't tear a moment from my mind / but memories fade and so did yours / you know it doesn't matter anymore
cinco seguros para te prender / depois tu, lentamente, dissipar-te-ias dos meus braços / por favor, não fales nem quebres este encantamento / sabes que já não importa
cinco braças abaixo de ti / esperei o tempo de uma vida / mas à medida que vagueias sobre mim / sabes que já não importa
cinco anos sem ti / não conseguiriam arrancar um momento da minha cabeça / mas as memórias desvanecem-se e assim sucedeu com as tuas / sabes que já não importa.