L. da Vinci [1452-1519] | desenho | estudo anatómico do tronco feminino | s.d.
Biblioteca Ambrosiana | Milão | Itália
Biblioteca Ambrosiana | Milão | Itália
Todos os dias olho repetidamente, sem me dar conta do tempo que passa, os teus retratos, todos os teus, os nossos retratos. Neles, a tua figura, sempre tão segura, está imóvel, estática. São assim as memórias que as fotografias captam e, à sua maneira, eternizam: inertes e mudas. Por isso me inquieta, persistentemente, uma pergunta:
porque continua o teu ser tão vivo dentro de mim, batendo no meu
peito não o meu coração, mas a tua imagem viva, real, dizendo
que ainda me queres, que ainda me tens, que ainda sou tua?
peito não o meu coração, mas a tua imagem viva, real, dizendo
que ainda me queres, que ainda me tens, que ainda sou tua?
Diz-me, diz-me...
porquê?
© [m.m. botelho], todos os dias. E não me interessa o tempo que passa, senão aquele em que vivo para nos amar.